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A flor do maracujazeiro



O maracujazeiro possui uma das flores mais marcantes, sendo a planta americana que mais causou admiração nos colonizadores durante os séculos XVI e XVII. Maracujazeiro ou maracujá são os nomes populares atribuídos às diferentes espécies pertencentes ao gênero botânico Passiflora, da família Passifloraceae.


Nativo principalmente das Américas, o gênero tem mais de 570 espécies catalogadas pela ciência. No Brasil, são registradas 157 espécies de Passiflora, sendo 87 delas endêmicas, ou seja, só ocorrem no Brasil e são observadas em todos os tipos de ambientes, em todos os estados brasileiros. Algumas espécies de maracujazeiros são nativas da Ásia e Ilhas do pacífico.


Os maracujazeiros são, em sua maioria, plantas trepadeiras que podem ter o caule muito fino e delicado até extremamente espesso. Apresentam as gavinhas, aquelas molinhas que permitem que a planta se apoie e consiga se desenvolver sobre outras superfícies. As folhas, geralmente, tem a cor verde intenso e as diferentes espécies apresentam formas de folhas variadas.


As flores são geralmente isoladas na extremidade dos ramos e na maioria das vezes muito vistosas, sempre com cinco pétalas. Uma característica marcante é a presença de uma corona de filamentos, que é uma espécie de “saia” composta por fios alongados, geralmente coloridos que se localizam sobre as pétalas também coloridas. O fruto possui em seu interior uma polpa amarelada ou alaranjada com muitas sementes.



A princípio, o maracujá era conhecido como granadilla, pois a forma de seu fruto se parece com o fruto da romã (Punica granatum). Posteriormente, recebeu o nome de passiflora, passionária ou flor-da-paixão.


O nome de flor-da-paixão se deve à primeira espécie descoberta, Passiflora incarnata, pois para aqueles que a conheciam na ocasião, homens de fé católica, associavam as partes da flor e folhas com alguns instrumentos presentes da paixão de Cristo: as folhas recordavam a lança que transpassou o peito de Jesus na cruz; as gavinhas, o açoite; a corona de filamentos, de coloração vermelha e azul, a coroa de espinhos; os três estiletes simulavam os três cravos e as cinco anteras representavam as chagas do crucificado.


O papa Paulo V recebeu em 1605 a visita de missionários que estavam na América que o presentearam com uma planta viva de Passiflora incarnata, presente que causou grande surpresa em Roma, devido à associação religiosa e logo foi cultivada e propagada por vários países católicos da Europa. Os cristãos europeus acreditavam que a presença dessa flor nas Américas era um sinal da conversão dos povos dos americanos à fé Cristã.


O nome maracujá tem origem no tupi-guarani e mara kuya, significa “fruto que se serve” ou “alimento na cuia”.



O uso fitoterápico do maracujá como calmante é antigo. Há indícios de que diversas comunidades indígenas das Américas preparavam um emplasto com as folhas da planta para acelerar a cicatrização de contusões.


As folhas e raízes do maracujazeiro possuem a maracujina, passiflorina e calmofilase, princípios farmacológicos muito utilizados como sedativos, antiespasmódicos, anti-inflamatório, depurativos e suas sementes atuam como vermífugos que podem ser facilmente encontrados em farmácias e drogarias. Na Primeira Guerra Mundial, o maracujá na forma de xarope, extrato e chás foi utilizado como ajuda no tratamento de angústia própria de guerra.


O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, sendo que em todo o território brasileiro há produção e o estado da Bahia lidera esse ranking. As técnicas de cultivo variam de acordo com a região e condições climáticas e de solo. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), especializada no melhoramento das mais diferentes produções agrícolas, realiza pesquisas nos mais diferentes lugares do Brasil para promover avanços e melhoras no seu cultivo.



Da esquerda para a direita, ilustrações dos livros:


(1) Flore des serres et des jardins de l'Europe. A Gand :chez Louis van Houtte, eÌditeur,1845-1880.


(2) Flore d'Amérique,.

Paris,Gihaut[1843-1846].


(3) The Floral magazine;.

London,L. Reeve & Co..



Por: Anderson Santos


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