Hibiscus rosa-sinensis
As plantas da família Malvaceae são frequentemente encontradas na arborização urbana e paisagismo. Nela estão plantas muito populares como os hibiscos, malvaviscos, paineiras, baobás, embiruçu, cacaueiro, cupuaçu, monguba e pente-de-macaco.
É representada por aproximadamente 4.200 espécies distribuídas em 250 gêneros, e encontradas predominantemente nas regiões tropicais do planeta. No Brasil, apresenta 765 espécies em 70 gêneros. Conheça alguns representantes dessa família:
Conhecido popularmente por mimo-de-vênus, hibisco ou graxa-de-estudante, o Hibiscus rosa-sinensis é um arbusto lenhoso que atinge entre 2,5 e 5 metros de altura, originário da Ásia tropical e do Havaí, onde é considerado a flor símbolo.
Foi muito difundido no mundo em função de seu valor ornamental, apresenta mais de 5.000 variedades, com flores grandes ou pequenas, sempre solitárias e geralmente vermelhas, alaranjadas e amarelas. As pétalas podem ser lisas ou crespas. As folhas brilhantes, podem ser largas ou estreitas, variegadas ou não.
A espécie é muito cultivada no Brasil e muito presente na arborização de ruas com sucesso devido seu rápido crescimento, assim como no paisagismo de jardins, praças e como cerca viva. Deve ser cultivada em pleno sol e não tolera geadas, suportando sombreamento parcial.
Seu binômio foi criado por Carl Linnaeus em sua obra Species Plantarum, em 1753. O termo "rosa-sinensis" é traduzido do Latim como "Rosa da China", embora não seja relacionado com as rosas verdadeiras. O termo popular graxa-de-estudante é devido ao efeito mucilaginoso das folhas, usadas para lustrar sapatos.
A sumaúma e suas características sapopemas
No Brasil, a sumaúma ou mafumeira (Ceiba pentandra), ocorre na floresta de várzea da Amazônia, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e pode atingir até 70 metros de altura e três metros de diâmetro de caule.
Destaca-se pela altura, porte e pela presença das sapopemas, que são raízes extensas, achatadas e ligadas ao tronco na forma de colunas de sustentação. Ao ser tocada por outros objetos, essas raízes emitem sons que auxiliam na comunicação e orientação das pessoas que transitam pelas florestas.
Suas folhas são alongadas e apresentam entre 5 e 9 folíolos. Seu ciclo sazonal é bastante evidente, com processos de desfolha, floração, frutificação e surgimento de novas folhas bem marcados.
As flores têm coloração branca ou amarelada e a polinização é realizada principalmente por morcegos. A dispersão das sementes se faz através do vento, quando os frutos (que medem cerca de 15 centímetros) se rompem, liberando as sementes que voam, por serem muito envolvidas pela paina (se assemelha ao aspecto do algodão).
Conhecida como "árvore-da-vida" e "escada-do-céu", foi cultuada como sagrada pelas civilizações pré-colombianas e é chamada de "mãe-das-árvores" por algumas comunidades indígenas da Amazônia.
Detalhe do tronco da paineira, mostrando as estrias clorofiladas e os acúleos
O Brasil tem várias espécies conhecidas popularmente como paineira, sendo que a maioria pertence ao gênero Ceiba. A paineira mais conhecida é a paineira-rosa (Ceiba speciosa), que é nativa das florestas brasileiras e da Bolívia, antes conhecida e descrita como Chorisia speciosa.
Dependendo da localidade, ela apresenta outros nomes como sumaúma, barriguda, paina-de-seda, paineira-branca, árvore-de-paina, árvore-de-lã e paineira-fêmea.
Atinge até 30 metros de altura, seu tronco apresenta acúleos afiados e estrias verdes que sintetizam clorofila e realizam fotossíntese. Por este motivo, a árvore pode apresentar crescimento mesmo quando perde as folhas, que são compostas e palmadas.
As flores são grandes, com cinco pétalas rosadas (ou brancas) com pintas vermelhas e bordas brancas. Os frutos são cápsulas verdes, que se abrem quando maduras e liberam as sementes envoltas em fibras finas e brancas que auxiliam na dispersão e que são chamadas de paina.
A paina é uma fibra pouco resistente (não é muito utilizada na confecção de tecidos) mas é bem popular como preenchimento de travesseiros, colchões e almofadas, como isolante térmico, filtro de água e pela alta capacidade de absorção, pode ser utilizada como biorremediadora em vazamentos de óleos e petroquímicos.
A quantidade de paina produzida por uma árvore adulta é suficiente para formar um tapete branco no solo, promovendo um belo espetáculo durante a estação.
Detalhe da flor da Monguba, também conhecida como castanha-do-maranhão.
A Monguba (Pachira aquatica) é uma árvore perene e nativa muito comum na arborização urbana. Também conhecida popularmente com castanha-do-maranhão, cacau-do-maranhão ou árvore-do-dinheiro (como é comercializada, associada ao Feng shui), é uma espécie frondosa que pode atingir até 18 metros de altura.
Originária da América Central e do Sul, habita as florestas tropicais de várzea e ambientes brejosos ou nas proximidades de rios e lagos mas com grande poder de adaptação a condições diferentes de solo e clima.
Suas folhas são grandes e digitadas, dividas em 6 a 9 folíolos verdes e brilhantes. É muito chamativa pelo tamanho e perfume das flores de cinco pétalas curvadas, que apresentam longos estames de extremidade cor-de-rosa e base amarela.
Os frutos são grandes cápsulas de coloração castanho-avermelhada que se assemelham ao formato do cacau, contendo paina sedosa e branca que envolve as sementes. Suas sementes são comestíveis.
O baobá pode armazenar uma grande quantidade de água nos tecidos do tronco.
Adansonia é um gênero que agrupa as espécies de árvores das regiões tropicais áridas e semi-áridas conhecidas por baobás. Seu nome botânico é uma homenagem a Michel Adanson (1727-1806), naturalista e explorador francês que descreveu a espécie africana Adansonia digitata.
O baobá é a árvore nacional de Madagáscar e o emblema nacional do Senegal, na África. Das nove espécies reconhecidas, seis são nativas de Madagáscar, duas são nativas do continente africano e da Península Arábica e uma é nativa da Austrália.
As espécies do gênero Adansonia possuem copa compacta, são decíduas (perdem as folhas na estação seca), de tronco massivo cilíndrico ou em forma de garrafa podendo atingir grandes dimensões durante a fase de maturidade da árvore, e de altura entre 5 e 30 metros. O baobá é muito admirado pela capacidade de armazenamento de água nos tecidos do tronco, podendo atingir os 100.000 litros, o que garante sua sobrevivência no período de seca.
Em boas condições ecológicas, sobre solo arenoso, com um clima temperado e precipitação anual entre 300 e 500 mm o baobá pode viver mais de 1.000 anos.
Infelizmente os baobás identificados como os mais antigos da África (incluindo o exemplar de 2.450 anos) estão em colapso. Segundo estudos, nos últimos 12 anos, nove dos treze baobás mais velhos estão parcialmente ou totalmente mortos. Esse desaparecimento de árvores milenares é sem precedentes e ainda exige muitas pesquisas. A causa mais apontada são as mudanças climáticas: as altas temperaturas podem afetar a capacidade do baobá de sobreviver em seu habitat.
Atualmente possível encontrar árvores de baobá cultivadas em diversos Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Paraíba, Mato Grosso e outros.
Com o intuito de apresentar ao público em geral informações acerca da diversidade de espécies da família Malvaceae presentes em sua coleção viva, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro disponibiliza gratuitamente a publicação: Malvaceae, cultivada no arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro: a família dos hibiscos, que traz informações detalhadas sobre essas plantas.
A publicação traz cada espécie abordada, dados sobre nome popular, nome científico, distribuição no Brasil e no mundo, floração e frutificação, comentários sobre utilidades e conservação, localização no Arboreto e fotos.
O Arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é composto por 40 seções, 194 canteiros e 122 aléias, distribuídos por uma área de 54 hectares. Atualmente, 24 famílias botânicas podem ser observadas nos diversos canteiros.
Para baixar a publicação, clique no link abaixo:
Por: Patrícia Dijigow
A malvaviscus arboreus (hibisco colibri), é toxica para cães?