Marianne North (1830 - 1890) foi uma naturalista e artista botânica inglesa. North sempre viajava com seu pai, que era membro do Parlamento (Hastings) e conhecido de Sir Joseph Dalton Hooker (diretor do Royal Botanic Gardens, Kew) período no qual ela realizou suas primeiras pinturas.
Após a morte de sua mãe, em 1869, prosseguiu com seu objetivo de ilustrar a flora exótica de países distantes, iniciando suas viagens em 1871-1872, rumo ao Canadá, Estados Unidos e Jamaica.
Marianne North (na foto ao lado) viajou sozinha e residiu durante um ano no Brasil, abrigada em uma cabana no interior da floresta, onde realizava suas pinturas, retratando a flora e os ecossistemas com intensos tons de rosa, amarelo, azul e vermelho, que eram sobrepostos aos rascunhos e esboços iniciais, em técnica inusitada para a época, muitas vezes sem o uso de paleta.
Apenas um século depois, outra artista britânica (Margaret Mee: 1909 - 1988) faria um feito parecido em nosso território, porém registrando uma quantidade menor de plantas.
Nas imagens a seguir as espécies Nepenthes northiana e Olearia argophylla.
North passou por Tenerife e na sequência de sua viagem ao redor do mundo, esteve na Califórnia, Japão, Bornéu, Java, Ceilão e Índia.
Seus desenhos e pinturas foram exibidos em Londres após seu retorno à Grã-Bretanha. Sua coleção foi oferecida ao Royal Botanic Gardens em Kew, com a construção de uma nova galeria inaugurada em 1882.
Charles Darwin foi quem sugeriu que Marianne conhecesse a Oceania, viagem realizada em 1880 e que rendeu novos registros da flora da Austrália e da Nova Zelândia. Ela ainda viajou para a África do Sul, trabalhou em Seychelles e no Chile. Sua galeria em Kew ganhou novas salas.
Em seu trabalho, Marianne North deixou registrou aproximadamente 727 gêneros (quase 1.000 espécies) de plantas, sendo algumas pouco conhecidas e estudadas.
O livro A viagem ao Brasil de Marianne North (Editora Sextante) reúne 112 pinturas a óleo, realizadas entre 1872 e 1873. Seus traços são de muita personalidade e trazem modernidade, sendo um marco que difere muito dos registros dos naturalistas do século XIX.
Veja mais sobre sua trajetória e trabalho nos vídeos abaixo:
Por: Patrícia Dijigow
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